terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Galo Cantou


Otávio Guilherme


Eu ouvi o cantar do galo.

A madrugada estava no seu início quando acordei e ouvi gritos, pessoas gritando, um verdadeiro alvoroço...

Assustado, me levantei e fui até ao portão. Vi muitas pessoas correndo de um lado para o outro, algumas com semblantes alegres como se tivessem tido uma vitória, outros assustados e temerosos... Na verdade fiquei mais confuso ainda com aquela situação.

Naquele instante um homem que morava perto de minha casa saiu ao portão e fiquei mais assustado, pois aquele homem tinha uma deficiência física e agora estava em pé...

Corri ao encontro dele e perguntei o que havia acontecido e ele me respondeu que não sabia de nada também, se referindo a cena da rua.

Então perguntei a ele sobre a situação dele, quanto ao fato dele estar andando, uma vez que, era acamado há muitos anos, e com algumas palavras ele me respondeu:

- Fui levado alguns dias a um certo homem, chamado Jesus de Nazaré que me curou completamente. Depois dessa minha cura, fiquei em casa, grande parte do tempo me recuperando e me acostumando com a minha nova vida.

Fiquei admirado com a forma pela qual aquele homem havia me relatado tal milagre, pois, eu mesmo já o tinha visto e realmente ele era impossibilitado de andar.

Perguntei a ele, quem era esse Jesus de Nazaré e onde poderia encontra-lo e ele me disse que “eles” se reuniam de vez em quando em casa de um amigo, mas que há algum tempo já não os via.

Naquele momento nos demos conta de que a multidão aumentava.

Resolvemos parar um homem que estava correndo em nossa direção com um semblante temeroso e perguntar-lhe o que estava acontecendo e sem parar, como se estivesse correndo da morte, aquele homem falou quase sem fôlego:

- Prenderam Jesus...

Nesse instante meu vizinho sentiu uma grande e forte dor no peito, pondo a mão sobre o seu coração e disse:

- O Mestre foi preso como Ele mesmo tinha anunciado.
Ele mesmo? Anunciado?, perguntei – Que Mestre? Como Ele mesmo tinha anunciado e o que?

Então ele me contou toda a história.

Corri imediatamente para junto dos portões do templo, local para onde Jesus havia sido levado.

Vi muita confusão, gritaria, zombaria e muitos gestos de aprovação daquele ato e outras pessoas quietas, no canto, atemorizadas.

Em minha direção vinha um certo homem, que eu conhecia de ouvir falar, um tal Pedro, o pescador, que também já há algum tempo não pescava mais.

No momento em que eu ia interroga-lo sobre o que estava acontecendo, acreditando que ele soubesse, uma mulher o agarrou dizendo:

- Ele estava com aquele homem, o tal Jesus. É um deles! Gritava e esbravejava, puxando-o pelas roupas.

O pescador, chamado Pedro, então respondeu àquelas pessoas que o cercavam:

Eu, um deles? Nunca! Vocês estão enganados!

Aquelas pessoas quase que não acreditando em suas palavras o deixaram, e quando ia aborda-lo novamente, outra pessoa olhou para seus olhos e disse: - É, você é um deles, eu estou te conhecendo. Você andava com Ele.

Pedro mais uma vez respondeu de forma enfática: - Não, eu não o conheço.

Abaixou sua cabeça como se estivesse se escondendo e quando já ia saindo daquele local de aglomeração o abordaram mais uma vez, e antes que eu pudesse lhe perguntar sobre o que acontecia, aquelas pessoas afirmavam que aquele homem, Pedro, era realmente um dos seguidores de Jesus e novamente Pedro, já com a voz embargada, confusa, respondia que não o conhecia e antes que ele saísse completamente daquele lugar, houve um grande silêncio por parte das pessoas e ao fundo podia se ouvir claramente o cantar de um galo.

Imediatamente os olhos daquele pescador chamado Pedro, se abriram como se tivessem sido abertos com as próprias mãos, e com um semblante de profundo arrependimento, começou a chorar compulsivamente entre os soluços.

Ainda não entendia o que tinha acontecido àquele homem, mas o abracei, confortando-o e o levei para outro local em segurança, foi quando ele me contou toda a história, desde o seu chamado.

Choramos juntos por muito tempo.

Algum tempo depois nos encontramos em um cenáculo, local onde nos escondíamos, pois agora, tornei-me um seguidor de Jesus de Nazaré, que eu também havia conhecido, como todos eles, fazendo todo o trajeto até ao Gólgota, sem poder fazer nada e conversávamos sobre o que fazer a partir daquele momento.

Aproximadamente três dias após todo o fato, contemplaríamos a sua Glória, pois, Ele, Jesus de Nazaré, haveria de ressuscitar, cumprindo assim sua palavra.

Fico imaginando se eu não tivesse escutado o galo cantar. Talvez não tivesse a oportunidade que tive.

Quem sou eu? Isso não importa. Importa que façamos a vontade do Pai, assim como o filho fez.

O que você tem feito quando escuta o galo cantar?

Eu por exemplo, oro. Oro por aqueles que não conhecendo como deveriam, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o Amado de nossa alma, o negam, cometendo atitudes que não o glorificam. Atitudes cotidianas que para o mundo é normal, mas estão indo de encontro com a Palavra de Deus e não agrada o Pai.

O cantar do galo, para você pode ser a esperança que deve ser trazida a sua memória. Você tem levado a mensagem da cruz ou a sua própria mensagem?

“Ide e pregai o evangelho a toda criatura”


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